OpenGrADS: uma nova versão do GrADS com grandes melhorias

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- OpenGrADS Cookbook


Com toda certa quem trabalha com meteorologia já usou o GrADS. É o programa mais manjado e utilizado de visualização de dados em formato de grade da nossa área. Mas é também o que mais recebe reclamações, tanto pela dificuldade em fazer as coisas mais simples (importar um mapa de bacias, por exemplo, era mais artístico do que científico!) quanto pelas poucas atualizações que vinha tendo (a versão 1.9b4 que a maioria usa foi lançada no começo de 2005!).

Felizmente agora no final do mês foi criado um projeto de código livre chamado Open GrADS, que "busca desenvolver interfaces avançadas e extensões baseadas na base do GrADS." A idéia é muito boa, com um conceito bem mais atual de desenvolvimento de software. É possível baixar um pacote e instalar no seu micro (ainda em TAR, mas deixa pra lá!) ou mesmo usar o CVS para estar sempre em dia com as atualizações do OpenGrADS.

Na prática serão os mesmos comandos já manjados ("set gxout shaded", "d temp", "set lev 500", etc...) só que acrescidos de mais opções à medida que as extensões vão evoluindo e novos pacotes são criados.

Outra frequênte reclamação contra o GrADS era a sua dificuldade em conversar com outras linguagens e plataformas de desenvolvimento. Esta é uma das prioridades deste OpenGrADS, que está habilitando extensões de compatibilidade do programa com Python, Perl, MatLab, etc. Os desenvolvedores do projeto criaram também uma página de Wiki para que a comunidade não só consulte, mas também colabore na construção do novo projeto.

Finalmente uma ótima notícia para quem desenvolve produtos de meteorologia. Tinha muita gente ganhando dinheiro montando complexos sistemas que faziam exatamente o que o GrADS fazia mas de uma forma bonita, eficiente e com uma "cara" mais atual de web 2.0. Agora finalmente poderemos voltar a usar o GrADS sem reclamar!

Bem, mas como reclamar faz parte da natureza humana, alguém me explica por que o símbolo do projeto é uma tartaruga? É um sinal que as coisas não serão tão mais rápidas que antigamente?


Veja Também:
- OpenGrADS Cookbook

Aquecimento global liderando o Prêmio iBest

Semana passada eu estava curioso em votar no Prêmio iBest depois de muita insistência de um site que eu sempre visito. Fiquei bem surpreso em ver na categoria Vídeos / Documentários um vídeo sobre aquecimento global liderando a competição com mais de 30% dos votos (hoje, dia 21/1, já está com 38% dos votos!). O nome do vídeo é "Greenpeace Brasil - Mudanças do clima, mudanças de vidas" e foi produzido pelo Greenpeace Brasil no final de 2006.

Logo atrás, na quarta posição e disputando acirradamente o terceiro lugar está também o vídeo "Nós sabíamos", que é uma obra de ficção de menos de 10 minutos mostrando "o que pode acontecer com a Terra caso nada seja feito para combater o aquecimento global".

Na minha opinião isso é ótimo para nossa área ter ainda mais visibilidade no mercado e para que a questão não seja discutida apenas como mais um modismo, mas como uma necessidade.

O vídeo que está em primeiro lugar tem quase uma hora de duração mas quem quiser ver uma prévia de 6 minutos, o "trailer" está aqui em baixo.



Esta produção conta com a participação de vários especialistas, entre eles Carlos Nobre (INPE), José Antônio Marengo (INPE), Francisco Aquino (UFRGS), Luiz Pinguelli Rosa (Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas) e Carlos Rittl (Campanha de Clima do Greenpeace). Para votar em um dos vídeos é só clicar aqui (será necessário fazer um cadastro rápido no Prêmio iBest, se você já não for cadastrado).

UPDATE: Pois não é que o vídeo ganhou o iBest?

Boomerang Mix - Lanchonete no RJ

O Boomerang Mix é uma cadeia carioca de lanchonetes que tem lojas no Humaitá e em Laranjeiras (os mapas estão aqui embaixo!). Eu já conhecia a loja do Humaitá a alguns anos e frequentava sempre que eu podia. Agora eles abriram a loja em Laranjeiras e ficou melhor ainda pois é aqui perto de casa!

LOJA HUMAITÁ

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LOJA LARANJEIRAS

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Dizem que o Boomerang Mix é mais do que um fast food, menos do que um restaurante, mas com um cardápio tão extenso que permite agradar gregos e troianos e é verdade!

O cardápio deles é muito bom, o atendimento também e eles têm um site e atendem a delivery aqui por perto (só R$ 2,50 a mais).

Eu pessoalmente recomendo os crepes e sanduíches, além dos sucos que são muito bons! Nas últimas visitas nós pedimos crepe doce de chocolate com sorvete e crocante (o da foto com a bola de sorvete!), crepe de mussarela de búfala com tomate e manjericão (delicioso!) e o tal hambúrguer de picanha (a monstruosa foto abaixo! é um prato para duas pessoas e sobra!!). De bebida tem desde sucos "comuns" até alguns exóticos, como figo com água de coco ou pêra com tâmara.

Vale a pena conferir e não é muito caro para a qualidade e diversidade da comida. Duas pessoas comendo um crepe salgado e um crepe doce, ainda com bebida, fica em torno de 30 reais.

Eu recomendo!

Ensino de Meteorologia e Oceanografia - parte 2

Continuando o post sobre Ensino de Meteorologia e Oceanografia, chegou a hora de apresentar uma fonte interessante de informações de ensino no Brasil. O site do laboratório do Master (Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais), da USP, tem uma seção de ensino bem completa. Lá nesta seção é possível encontrar vários tópicos dos mais diversos assuntos, de notas sobre dinâmica até uma apostila de fortran.

Com certeza que a seção é feita de contribuições esporádicas dos professores pois o formato sobre cada assunto é bem diferente, mas acredito que só de reunir tudo num só lugar já facilita a vida de todos.

Estava conversando com alguns amigos a respeito da carência de um portal de ensino de meteorologia, com produtos de ensino do nível fundamental ao nível acadêmico. Muito se discuti se isso é responsabilidade da SBMET, das próprias instituições de ensino técnico ou superior, ou ainda de outros órgãos. O ruim é que muito se discute e pouco se faz.

Na internet só achei projetos para ensino médio que ao meu ver foram bem secos e pouco atrativos, como o projeto MACA (mas que nome é esse!!!) do INPE. Este projeto de Meio Ambiente e Ciências Atmosféricas deve ter sido uns dos primeiros projetos de ensino de meteorologia voltado para o ensino médio, mas pelo menos no site, ele foi feito muito objetivo, como se tivesse sido feito para um público acadêmico mesmo. Sem prender a atenção dos jovens é impossível passar qualquer conhecimento! Do restante a maioria é em formato de glossário (alguns muito bem feitos, como este glossário do CPTEC).

Fica no ar a proposta de uma espécie de wiki de ensino de meteorologia. Um trabalho voluntário mas necessário. Alguém topa?

Gadgets de Previsão do Tempo para iGoogle

Veja Também:
- Widgets de Previsão do Tempo para Blogs e Sites
- Complemento de Firefox para Previsão do Tempo
- Opensocial e Previsão do Tempo
- Previsão do Tempo no Orkut


Mês passado eu escrevi um post avaliando uma das ferramentas que mais crescem na internet, os Widgets de Previsão do Tempo para Blogs e Sites. O post tem dado muito o que falar, pois o "mercado" é bem competitivo.

Mesmo com a chegada do OpenSocial e do Sandbox do orkut, outro tipo de mini aplicativo continua firme e forte na internet: os gadgets de iGoogle.

O iGoogle para quem não sabe é a página personalizada do Google. Imagina só entrar na página do Google e ver seu email, calendário, notícias, bloco de notas, lista de tarefas e tudo mais, a um clique de distância. Isto é o iGoogle e a meteorologia está ali também.

Por padrão esta página personalizada já tem uma previsão do tempo mas ela é bem limitada no que diz respeito a quantidade de cidades. Por isso aí vão duas dicas para quem quer um gadget de previsão do tempo bem feito no seu iGoogle.


Climatempo

Pode parecer até propaganda gratuita para a Climatempo, mas na realidade eles têm feito muito bem seu papel de divulgadora de ferramentas de previsão do tempo. Não trabalho lá e nem sequer acompanho a previsão que eles fazem para saber se é boa ou ruim, mas não há duvidas que este é um ótimo gadget.

O mini aplicativo é basicamente uma caixa simples e leve com quatro abas: Previsão, Vídeos, Notícias e Satélite. A figura aí do lado mostra quatro versões da caixa, uma com cada aba selecionada.

A aba Previsão traz uma previsão bem explicada para hoje e mais quatro dias com a opção de mudar de cidade no próprio gadget. A aba Vídeos traz links para os últimos vídeos de previsão do tempo, com o mapa e a moça do tempo como de costume. A aba Notícias é apenas uma listagem do feed de notícias do canal, com informações do tempo no Brasil. Já a última aba mostra uma animação com a imagem de satélite (meio pesada, mas a idéia é boa).

Gostei do aplicativo, mas, como nem tudo são flores, o aplicativo tem uns problemas de esquecer a cidade selecionada toda vez que se entra no iGoogle (algo chato se você não for morador de São Paulo, a cidade padrão!) e também o aplicativo não funciona bem ainda no sandbox. Mas para o iGoogle é uma ótima pedida.


Meteorologia (Meteo-si)

Este aplicativo me chamou a atenção. Ele incorpora um sistema que funde muito bem Google Maps e dados meteorológicos.

Basicamente o aplicativo é uma caixinha com um mapa interativo à la Google Maps onde você pode interagir com o mapa e, ao dar um clique duplo sobre qualquer local, você tem a condição de tempo atual naquele local ou na estação mais próxima. Vou falar mais sobre este sistema e o uso de mashups de Meteorologia na parte II do post Meteorologia e Web 2.0 - Parte I, que ainda está no forno.


Claro que apesar dos problemas o gadget da climatempo é o melhor de todos os gadgets em português (até por só terem apenas dois!).

Será que os empresários e tomadores de decisão em meteorologia vão esperar o OpenSocial bombar e crescer para correr atrás do prejuízo, como sempre é feito nesta área? Só o tempo dirá!


Veja Também:
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- Complemento de Firefox para Previsão do Tempo
- Opensocial e Previsão do Tempo
- Previsão do Tempo no Orkut

Assimilação de dados em modelagem numérica de tempo

Um dos temas que mais me interessa no momento é a assimilação de dados em modelagem numérica. Na prática, isso significa usar dados de estações locais, radares, satélites e várias outras informações para complementar a análise que recebemos do NCEP e, espera-se, melhorar a previsão do tempo para nossa região de interesse.

A teoria é simples, mas a prática é bem mais complicada. Incluir dados na análise é um processo bem delicado e deve-se ter cuidado para o modelo numérico não ficar com "má digestão" ao absorver um dado diferente do que ele esperaria. Várias técnicas existem e cada uma tem seu ponto forte e seu ponto fraco.

Durante o tempo em que estive no CPTEC (entre 2004 e 2006) a equipe de assimilação de dados do centro estava investindo pesado na reformulação dos modelos global e regional (GPSAS e RPSAS respectivamente) utilizando a tecnologia PSAS (Physical-Space Statistical Analysis System), da NASA . Na época, ambos os modelos ainda estavam em estado bem embrionário, recebendo atualizações que melhoravam muito pouco sua performance e qualidade.

Nesta semana eu assisti a duas palestras na UFRJ, ministradas pelo Dr Pedro Leite da Silva Dias (diretor do LNCC/MCT) e pela Dra Maria Assunção Faus da Silva Dias (coordenadora do CPTEC/INPE). O nome das palestras foram, respectivamente, "Limitações para as previsões estendidas - a teoria do caos" e "Integrações de alta resolução: possibilidades e limitações tecnológicas".

Na palestra do Pedro Dias ele gastou um bom tempo mostrando as melhorias que o modelo RPSAS obteve em uma recente atualização. A assimilação estava tão boa num dos meses avaliados que seu skill de pressão foi muito competitivo em relação ao do AVN (modelo global do NCEP), chegando a passar em um caso no primeiro dia de previsão (gráfico de abril, rodadas de 12Z). Isso para quem conhecia o RPSAS antigo é um grande passo rumo a um modelo estável e robusto.

Estou colocando aqui no post dois slides demonstrando a melhoria do RPSAS que o Pedro Dias falou na palestra.




Creio que este imenso avanço da equipe de assimilação do Dirceu Herdies é apenas o começo de todo um esforço em botar a meteorologia nacional mais competitiva e menos dependente de informações estrangeiras para alimentar nossos modelos numéricos.

Estão de parabéns!

Especial Aquecimento Global no Globo Ecologia

Para quem está interessado no assunto de mudanças climáticas e aquecimento global, uma ótima dica é o especial de 22 episódios que o Globo Ecologia fez em 2007.

Eu já tinha ouvido falar sobre o especial mas na época não tive como conferir na TV Futura e acabei achando aqui na internet. Infelizmente a sincronia não está das melhores, mas não atrapalha quem está realmente interessado no assunto. Muitos meteorologistas conceituados participaram do especial.

Eis os links dos episódios, algumas informações e os links para ver online e para baixar para seu computador e ver a qualquer hora:

1 - A HISTÓRIA DA DESCOBERTA DO AQUECIMENTO GLOBAL
Com uma entrevista com o pesquisador Luiz Gylvan Meira Filho (USP)
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2 - QUE FENÔMENO É ESSE?
Com uma entrevista com o meteorologista Carlos Nobre (CPTEC/INPE)
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3 - CENÁRIOS PARA O FUTURO
Com uma visita às instalações do CPTEC e a participação do físico Paulo Artaxo e do pesquisador José Antônio Marengo (CPTEC/INPE)
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4 - UMA AMEAÇA ÀS ESPÉCIES TROPICAIS
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5 - O CERRADO PEDE SOCORRO
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6 - UM DESAFIO PARA A FLORESTA AMAZÔNICA
Com uma visita ao LBA e participações de Antônio Manzi (LBA), Philip Fearnside (LBA), José Antônio Marengo (CPTEC/INPE), Carlos Nobre (CPTEC/INPE), Claudio dos Reis Carvalho (EMBRAPA), Marcos Costa (UFV) e Javier Tomasella (CPTEC/INPE)
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7 - ESCASSEZ DE ÁGUA
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8 - CONSERVAR PARA SE ADAPTAR
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9 - DEGRADAÇÃO DOS OCEANOS
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10 - DESERTIFICAÇÃO DO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO
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11 - ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR
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12 - O COMBATE À POBREZA - EXEMPLO DO PIAUÍ
com a participação de Carlos Nobre e Paulo Artaxo
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13 - IMPACTOS NA SAÚDE
com a participação de José Antônio Marengo (CPTEC/INPE) e Maria Lúcia Gonçales (CETESB)
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14 - EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS
com a participação de Augusto José Pereira Filho (USP), Caarem Studzinski, Gilsânia de Souza Cruz (EPAGRI/CIRAM) e Rinaldo Hass (UFSC)
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15 - ENERGIAS DO FUTURO
com a participação de José Antônio Marengo (CPTEC/INPE)
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16 - CONSTRUÇÃO E LIXO
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17 - TRANSPORTE URBANO
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18 - CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
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19 - DESMATAMENTO
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20 - AGRICULTURA E PECUÁRIA
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21 - A NOVA ECONOMIA
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22 - O MUNDO UNIDO CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL
com a participação de Luiz Gylvan Meira Filho (USP) e Carlos Nobre (CPTEC/INPE)
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Os programas são muito bons, relacionando o problema às mais variadas causas e consequências. Fala de meteorologia, oceanografia, ecologia, geologia e várias outras ciências. Tem até a participação de glaciólogos! Vale a pena conferir!

Eu obtive acesso a estes links a partir do site Folha Verde. Caso você não consiga ver os vídeos baixados, talvez você precise instalar algum codec de vídeo. Eu recomendo o K-Lite, que você pode obter gratuitamente aqui.

O que os usuários procuram sobre meteorologia na internet?

Para quem não sabe, o Google Trends é uma ferramenta interessante que analisa o banco de dados de busca do Google e retorna estatísticas a respeito de uma palavra chave. Com isso é possível saber se houve ou não um aumento de procura por uma determinada informação e tentar entender o porquê.

Resolvi checar como andam as buscas por páginas e notícias relacionadas a meteorologia no Brasil e no mundo. Escolhi cinco palavras chave e eis o resultado:


O resultado tem 3 partes: um gráfico de buscas de sites (parte de cima), outro de notícias e uma espécie de ranking detalhado de quais regiões e cidades mais buscaram os termos. Solicitei o resultado para todo o Brasil e por todo o período disponível.

A primeira constatação é a maior quantidade de buscas por "Previsão do tempo" do que por "Meteorologia" no gráfico de cima. Apesar disso parecer meio óbvio, não acontece quando pedimos o gráfico para o mundo todo (como na figura abaixo). Aqui pode-se ver que em Portugal usa-se mais o termo "Meteorologia" do que "Previsão do tempo", o contrário do Brasil!


Outra coisa interessante é como a palavra chave "Climatempo" se destaca das demais, só perdendo para a própria "Previsão do tempo". Fazendo uma análise apenas no ano de 2007 é possível ver o quanto a empresa vinculou bem seu nome ao serviço (próxima figura). Acompanhe como as curvas andam semelhantes. É o efeito Gillette!


Enquanto isso o CPTEC/INPE, até por ser uma instituição de pesquisa, está diretamente vinculado ao termo "Meteorologia", como mostra a figura seguinte.


Mais outra coisa que notei no primeiro gráfico foi como o termo "Mudanças climáticas" tinha ocorrência na busca de notícias mas isso não se revertia em buscas por páginas. Depois de quebrar um pouco a cabeça, vi que a mídia usava o termo "Mudanças climáticas", mas o jargão popular era "Aquecimento global". Na figura abaixo dá para ver o quanto o segundo termo foi mais popular que o primeiro, mesmo com quase a mesma taxa de busca de notícias.


Detalhe também que a maior parte das buscas por "Mudanças climáticas" veio de Brasília e de Fortaleza, provavelmente devido ao peso do INMET e da FUNCEME na divulgação científica das reuniões climáticas sazonais.

Algo que eu também esperava ver no Google Trends era a mistura entre os termos "Previsão de tempo" e "Clima". No Brasil é costume pensar que ambas se referem a mesma coisa e o gráfico abaixo mostra que o raciocínio procede.


Por último, algo que me chamou a atenção logo naquele primeiro gráfico geral foi a quantidade de buscas provenientes da Região Sul do Brasil. Eu esperaria, por padrão, que o Sudeste ficasse na frente das buscas mas foi vista uma supremacia da região, puxada por Santa Maria (sede da UFSM). Na prática, a barrinha verde de "Previsão do tempo" de RS é maior que a soma de SP e RJ!

Capaz! Essa meteorologia surpreende a gente!

Moda e Meteorologia

Algo ainda muito pouco explorado no Brasil é a utilização de informações meteorológicas no setor de vestuário, tanto em previsões de tempo quanto em clima.

Sabe-se que alguns consultores de grandes magazines utilizam alguns dados simples de previsão climática para organizar seus estoques nas mudanças de estação. Essa semana mesmo recebi um email promocional da Climatempo oferecendo uma consultoria de meteorologia voltada para moda. Um printscreen do email está aqui na figura ao lado.

Acredito que este tipo de consultoria tem tudo para dar certo, não só no caso da Climatempo mas com as empresas de meteorologia em geral. As informações de tempo e clima são muito complexas e sempre é necessário adaptar e refinar os dados para a necessidade do cliente.


Um case bem interessante sobre consultoria de meteorologia para o mercado de vestuário é o da empresa canadense The Weather Network. Esta empresa (também chamada de MétéoMédia, na sua versão em francês) disponibiliza gratuitamente na sua página uma dica de que tipo de roupa usar.

Num produto ainda mais focado ao usuário, o site tem uma longa lista de escolas e faculdades do Canadá e ao clicar em uma delas é possível ver não só a previsão de tempo para o local mas também qual roupa é recomendada para se usar na ida e na volta da escola. Um exemplo está aqui, para a Dorset College, na província de British Columbia.

O mercado e a necessidade existem, resta apenas fazermos um trabalho de qualidade e que mostre o quanto a meteorologia nacional tem a contribuir com as áreas mais diversas!

Rio de Janeiro precisa de um xerife

Este post não tem nada a ver com BOPE ou Tropa de Elite, mas sim diz respeito a uma entrevista de um candidato a prefeitura do Rio de Janeiro. Tinha que ser o Wagner Montes, não é?

No blog da redação do UOL News está a cobertura completa do vídeo da entrevista.

O título lá é "Wagner Montes diz que o Rio precisa de um xerife" e o descreve como "ex-calouro de Silvio Santos e hoje apresentador de TV e deputado federal pelo PDT"

Clique no vídeo para ver a íntegra, de 23 minutos:


E tem gente aí querendo Wagner Moura para prefeito e não Wagner Montes.

Pede pra votar! Pede pra votar!!

Já dá saudades do César Maia!

Evolução das Previsões de Tempo

Esta semana implementamos no site do LPM uma ferramenta bem interessante. É uma figura que mostra, linha a linha, a evolução das previsões de tempo a medida que ela vai chegando mais perto de acontecer. Ela está no link Produtos Numéricos, opção Evolução das previsões categóricas.

No exemplo aqui do lado eu escolhi a cidade do Rio de Janeiro (estão disponíveis todas as cidades do estado do RJ) e a data de 11/11/2007. Como esta data é muito importante para mim gostaria de saber como foi que o modelo numérico WRF se comportou ao prever este dia.

A figura mostra que no dia 6/11 (linha de baixo, 5 dias antes) o modelo dizia que o dia 11/11 estaria parcialmente nublado e com uma chuvinha na madrugada do dia seguinte. Já na linha seguinte, a rodada do dia 7/11 indicava um dilúvio para a noite e a madrugada, acabando com meus planos de sair neste dia. As linhas seguintes mostram ainda alguma chuva em torno da noite e um repentino aumento da máxima do dia.

Mudanças como estas são sempre notadas mas nem sempre é possível identificar objetivamente essa variabilidade. Ver este desvio tão grande das previsões é sempre útil para saber qual peso o previsor dará a estas informações.

Esta ferramenta, como a maioria das utilizadas no site foi feita em PHP acessando dados de MySQL. Para o modelo de mesoescala WRF de 20km temos dados desde os primeiros meses do ano passado até os dias atuais. Temos dados mais antigos do modelo MM5, mas a ferramenta ainda não utiliza estes dados.

Nosso próximo passo é comparar estas informações com o observado. Por sinal, curti bastante esse dia e acabou que não choveu no meu bairro. Informações do Alerta Rio da Georio.